Lisboa, 2 de outubro de 2023 (segunda-feira)
- David Baptista Farto

- 2 de out. de 2023
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Fui anteontem à Alameda, à manifestação Casas para Viver. Milhares de pessoas, sob um sol escaldante, compareceram para exigir o mínimo dos mínimos: a aplicação do legítimo e constitucionalmente consagrado direito à habitação. Por me rever nas reivindicações, que considero, por elementar princípio de humanidade, justíssimas, compareci também à chamada. Como não? Perante uma crise implacável que tira, sem dó nem piedade, o teto e o chão das pessoas, as quais, com os seus ordenados comidos pela inflação, não conseguem acompanhar o crescimento alucinante das rendas e atira-as para a rua, só me resta demonstrar solidariedade. Fui assim, diluído no imenso rio de gente que desceu a Almirante Reis e que veio a desaguar no Rossio; fui assim, integrado num gigante rasto de pessoas entoando e cantando palavras de ordem, certamente dividido ideologicamente, mas unido no objetivo comum de ambicionar uma vida digna. Os sacrifícios são demasiados, insuportáveis, desumanos. Está escrito nos livros de história: de toda e qualquer injustiça surge um sentimento de revolta.
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